SENSO COMUM
O senso comum é um tipo de
pensamento que não foi testado, verificado ou metodicamente analisado.
Geralmente, o conhecimento de senso comum está presente em nosso cotidiano e é
passado de geração a geração. Podemos afirmar que esse tipo de conhecimento é,
categoricamente, popular e culturalmente aceito, o que não garante a sua
validade ou invalidade.
O senso comum, por ser
obtido a partir de um movimento de repetição cultural, pode estar correto ou
não. Não é possível confiar nesse tipo de conhecimento como se confia na
ciência, mas também não podemos invalidá-lo de imediato, pois o fato de não se
estabelecer métodos e testes comprobatórios, não significa, necessariamente,
que o tipo de conhecimento popular está errado.
O senso comum é movido,
geralmente, pela opinião. Podemos elencar estudos filosóficos sobre o senso
comum desde a Grécia Antiga. A Filosofia surgiu como uma maneira de contrapor
aquele tipo de conhecimento popular não rigoroso.
Características do senso
comum
O filósofo italiano Antonio
Gramsci (intelectual contemporâneo que contribuiu para a disseminação do
anarquismo na Itália e, no campo filosófico, dedicou-se a entender o
conhecimento e a cultura) estudou e escreveu sobre o senso comum. Para o
pensador, o senso comum tem a sua característica estritamente positiva, sendo
um conhecimento popular que todos têm e produzem. Porém, para se chegar a um
conhecimento mais elaborado, mais estruturado e mais seguro, é necessário ir
além do senso comum.
Silvio Gallo, filósofo,
educador e professor de Filosofia da Faculdade de Educação da UNICAMP, afirma
que, nesse sentido, o senso comum é um bom ponto de partida, mas que, muitas
vezes, os conhecimentos sistematizados e testados, como a Filosofia e a
ciência, são necessários para se obter um conhecimento de maior confiança e
validade.
Para o sociólogo, escritor e
professor português Boaventura de Sousa Santos, podemos chamar de senso comum
aquele conhecimento vulgar e prático que nos orienta cotidianamente.
Ao longo do tempo, foi-se
criando uma ideia comum (senso comum) de que as mulheres eram inferiores, o que
foi se estabelecendo como uma verdade cultural (apesar de não ser uma verdade
estrita). Podemos pensar, por isso, que nem sempre o senso comum é positivo ou
está certo, afinal, sabemos que as mulheres não são menos inteligentes, mais
frágeis ou subalternas aos homens. Isso atesta também o fator repetitivo que
circunda a denominação do senso comum: é algo que, de tanto ser repetido, acaba
sendo encarado como uma verdade. Um exemplo claro o quanto o senso comum pode ser ruim é o caso das fake news.
Veja o vídeo a seguir:
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