A BANALIDADE DO MAL SEGUNDO
HANNAH ARENDT
QUEM ERA
HANNAH ARENDT?
De origem judaica Hannah Arendt nasceu na cidade de Hannover-Alemanha em
1906, e em 1924, seu pai faleceu cedo, desta forma foi criada pela mãe que
desde o principio a criou com ideais social-democratas. Ao completar 17 anos
instalou-se em Berlin com a finalidade de estudar filosofia e teologia. Logo
começou os estudos na universidade de Marburg.
Mudou-se para a cidade de Berlim em 1929, com o auge do nazismo transferiu-se
para Paris, onde obteve contato com inúmeros intelectuais. Ao decorrer a
Guerra, no período em que a França aliou-se com a Alemanha, Hannah Arendt foi
enviada a um campo de concentração por ser considerada uma estrangeira
suspeita. Porém em 1941, fugiu para Nova York, e, terminada a guerra retorna à
Alemanha.
Sua
produção literária foi extensa na área filosófica e tinha contatos com os
grandes filósofos do século XX, contudo, ela não se incluía neste circulo, pois
preferia se intitular cientista-política. Segundo suas próprias palavras
(Arendt, 2008):
“Minha profissão, se é que se pode chamar assim, é a teoria política
(...). Para mim, o importante é
compreender. Escrever é uma questão de procurar essa compreensão (...) o
importante é o processo de pensar. Se consigo expressar de modo razoável meu
processo de pensamento por escrito, isso me deixa satisfeita”.
2 A BANALIDADE DO MAL SEGUNDO HANNAH ARENDT
Hannah Arendt presenciou em todas as etapas o julgamento do oficial nazista
Adolf Eichmann na função de correspondente do jornal americano The New Yorker e
também o entrevistou.
A
conduta de Adolf Eichmann ao logo do processo até sua morte por
enforcamento, era de um indivíduo incapaz de realizar o ato de pensar e
constituir um juízo reflexivo e crítico, nas palavras Arendt “o executante era
ordinário, comum, nem demoníaco, nem monstruoso”. Suas palavras, suas
formas de se expressar eram feitas por sentenças prontas, praticamente
robotizadas, por exemplo: minha honra é minha lealdade.
Tamanha era a lealdade do oficial nazista que o fez nunca tomar decisões por si
só, pois era preciso realizar meticulosamente as ordens passadas a ele,
cumprindo dessa forma o juramento irrestrito de fidelidade ao partido que o
nomeara oficial da Gestapo. O mesmo dizia que a cega realização das ordens
proferidas a ele por seus superiores poderia ser colacionada a obediência de um
cadáver, foi ao ouvir isto que Hannah Arendt adotou o termo “banalidade do
mal”.
Neste
diapasão Hannah Arendt, compreendeu haver uma distinção no patamar de
responsabilidade dos chefes do movimento totalitário e dos indivíduos que
executavam burocraticamente todas as ordens que lhe eram incumbidas pela cúpula
nazista. Desta forma, é demonstrado o quanto deveria ser analisado a questão da
ligação entre o pensar e o agir.
Quanto a essa questão (Arendt, 2008):
“Será que a natureza da atividade do pensar, o hábito de examinar,
refletir sobre qualquer acontecimento, poderia condicionar as pessoas e não
fazer o mal? Estará entre os atributos da atividade do pensar, em sua natureza
intrínseca, a possibilidade de evitar que se faça o mal? Ou será que podemos
detectar uma das expressões do mal, qual seja, o mal banal, como fruto do
não-exercício do pensar?”
Inúmeras obras foram escritas sobre Hannah Arendr. É preciso evidenciar que
ainda não é conhecido o suficiente desta mulher que faleceu em 1975. Todos os
seus ensinamentos e obras a consagram como uma das mais autênticas pensadoras
de sua geração, e torna-se imprescindível escutar a sua voz com bem atentamente
no alvorecer desse milênio cheio de incertezas.
http://www2.univem.edu.br/jornal/materia.php?id=455
Acesso em 09/07/2020.
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